domingo, 7 de agosto de 2011

ÊXTASE



















E a alma desliza suave sob a pele
Mergulha tonta sob a vastidão de nossa gênese.
Tudo se mistura como num espanto.
Até que se revele, na escuridão brilhante de nosso ocaso,
A humanidade inanimada e letárgica dos sentimentos.
Plenos de intenção, pulsantes em suas formas e tons,
Vivos no sorver do instante,
Ilimitados na mágica melódica do viver.
Pulsante.
Eis aí a beleza de uma tarde,
A brancura da lua, redonda e suspensa.
O aroma do café, a cordialidade do gesto, a ilusão do teatro,
Na intrigante intenção do ator, feito de riso, de dor, de instante.
No sabor que nos invade num encantamento de felicidade,
Na lágrima que desliza só e silenciosa
Teimando em sentir,
Pecando pelo desejo contristado e plangente.
Tão inocente.
Tão transparente que avilta os olhos de quem vê.
Expostos que somos às nossas metáforas e deslumbres.
Eis a arte do sentir.
Eis a grandeza do viver.
De ser um pouco riso e um pouco pranto...

05/08/2011 – 00:16
Chiquinho Silva

2 comentários:

  1. A Luiza tem razão no comentário dela quanto aos textos poéticos que você escreve...rsrsrs

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  2. Em pleno estado de extase do fim de semana, este poema revela quanta sintonia estamos vivenciando...
    Mais uma obra singular enriquecendo o blog.

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