domingo, 29 de dezembro de 2013

Réveiller

O hábito de nos vestirmos de branco e fazer a contagem regressiva para a chegada do ano novo não nos faz perguntar de onde vem esses rituais. Quem inventou esse tal réveillon? A maioria das tradições teve origem em outros países. A começar pelo nome, que vem do francês, do verbo réveiller, que significa acordar. É o despertar do ano. Essa palavra, réveillon, surgiu no século 17, dando nome aos longos jantares nobres, em vésperas de datas importantes.
No século 19 a comemoração se popularizou entre os franceses. No Brasil, esse costume chegou com a corte de Dom Pedro II ao Rio de Janeiro.
Com o tempo fomos incorporando elementos da nossa cultura nos rituais. O ano novo começa entre fogos de artifício, buzinas e apitos. Acreditava-se que o barulho espantava os maus espíritos.
Atualmente a queima de fogos é um espetáculo aguardado em quase todo mundo.
Com os agricultores portugueses aprendemos a guardar sementes de uvas e romãs, a fim de trazer prosperidade. Os italianos trouxeram o costume de comer lentilhas na passagem do ano.
As roupas novas nos remetem ao espírito de renovação. O hábito de usar branco veio dos africanos, devotos de Iemanjá, homenageada com oferendas no mar, e também nos remete à paz. Pular ondas é um hábito grego. Os gregos acreditavam que o mar era fonte de vida.
Há também tradições familiares e pessoais para atrair boa sorte, como subir em uma cadeira à meia noite ou não virar o ano com a carteira vazia.
Já estão preparando seus rituais para o próximo ano? Eu lhes desejo bons sonhos e o mais alegre despertar em 2014.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Em 2013 EU COMI MARLI

No dia 22 de dezembro o Natal se expressou de forma sublime em minha casa. Uma mamãe Noel decidiu adentrar pela porta de entrada e presentear inúmeros amigos, amantes da beleza, que se encontraram para recitar poemas, cantar, cheirar, beijar, beber e... COMER! Mas esta é a parte mais especial de tudo. Lembram das minhas mais recentes postagens neste blog? Me deliciei com as inspirações em Babette e Tina dos filmes: Como Água para Chocolate e A Festa de Babette. Pois bem, a experiência natalina em minha casa foi exatamente a vivência babetteana através da mamãe Noel Marli.
Sim, esta mulher que em 2013 foi uma das amigas mais deliciosas de se degustar. Em 2013 EU COMI MARLI! Rsrsrsrs Mas sinto que estou até agora mastigando-a, apreciando-a, saboreando-a! GOSTOSA essa Marli! Marli se preparou, deliciosamente, ao longo das ultimas semanas para oferecer uma apetitosa Moqueca e, de cortesia, ainda cozinhou um risoto de frutos do mar. E com direito à entrada, regada a caranguejo e camarão crocante. Essa mulher é uma atiçadora de prazeres! Pouco a pouco quem eu nem imaginava que viria foi chegando como quem, de suas casas, sentira o cheiro das iguarias! E a festa foi uma celebração do nobre sentido do encontro! Obrigado Marli pela dedicação! A entrega! A gratuidade! A simplicidade! Em ti, baixinha arretada, eu vi o sentido do natal explodindo pelas veias de minha casa! Contagiando cada ser humano que veio ver/sentir/degustar o que o menino Jesus em forma de mulher é capaz de realizar! A ti, toda honra e toda glória
E finalizo com minha frase do ano: Só me interessa o que me comove! E você me comove! Em 2014, muitos cheiros desfrutáveis para todos! Até o ano que vem! Gilson Reis 25.12.13

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

É Natal!


Assim disse São Leão Magno:Hoje nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade!
Com o coração alegre desejo-lhe um profundo mergulho no amor de Deus, que se faz plenamente presente pelo dom do Natal do seu Filho no coração da humanidade!



Aspiremos também nós ser dom/presente de Deus na vida das pessoas.
FELIZ NATAL! Que a feliz alegria do Natal esteja presente na sua vida e todos os dias do Novo Ano que se aproxima.

 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Sinais do Natal

Os objetos e adereços natalinos tem significados especiais. O azevinho, utilizado para simbolizar o flagelo de Cristo, o visco e a hera eram consideradas plantas mágicas pelos druidas, antigos sacerdotes dos gauleses e bretões, porque mantem-se verdes em pleno inverno.
Durante a festa em homenagem ao rei Saturno, dos romanos, em dezembro, eram distribuídos presentes ao longo do mês.
No século XIV, no dia 5 de dezembro, as crianças comemoravam o dia de São Nicolau, colocando os sapatos na janela e recebendo presentes.
As árvores eram utilizadas para reverenciar as divindades, na mitologia grega. O carvalho homenageava Júpiter; a oliveira era oferecida a deusa Minerva e a videira ao deus Baco.
A árvore é considerada a intermediária entre o céu e a terra, representante das possibilidades de evolução e de elevação do homem.
Na China, o pinheiro simboliza a longa vida e, no Japão, a imortalidade. As guirlandas representam a mandala, um diagrama de círculos e quadrados, considerada a chave para que o homem se conscientize das qualidades que o prendem ao eterno ciclo de nascimento e mortes. Os índios navajos americanos usavam guirlandas de ervas com função terapêutica e mágica; os druidas, como proteção aos maus espíritos e os hindus, para estimular a meditação.
Cores: o ouro ou os metais dourados são associados ao sol e no brasão dos cavaleiros era símbolo de sabedoria. Para os alquimistas, liga-se à evolução da materialidade para a espiritualidade. O verde é a renovação, a cor que tem o poder de regeneração, porque capta a energia solar e a transforma em energia vital. O vermelho está associado ao fogo e ao amor divino.
As estrelas simbolizam a luz permanente. No judaísmo são consideradas anjos guardiões. A estrela de cinco pontas, no esoterismo, traduz o esquema simbólico do homem em relação às medidas do universo - braços e pernas esticados, e a cabeça, que comanda a vontade. A de seis pontas é sinal de paz.
Velas: o fogo é usado por diversos povos para exorcizar os maus espíritos.
Finalmente, porque Dezembro? É o mês do início do inverno no Hemisfério Norte, quando a natureza adormece para renascer. A estação representa o começo do ciclo e a preparação para o nascimento do rei Sol, que traz a luz.
Um Feliz Renascimento para todos!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O SABER DAS COZINHEIRAS: PARTE III HOMENAGEM À BABETTE DE PIRITUBA: Marli Pereira!

A decisão foi tomada: O prato a ser feito é uma Moqueca.

Algumas semanas atrás conversava com a Marli sobre a confraternização do Sarau Pegando o Gancho, alem de “papearmos” sobre um projeto nosso de realiza almoços em casa para os amigos. Adoro encontros!!

Foi dessa conversa ao telefone que surgiu a ideia de organizarmos o almoço com o tema: Comida de santo. A Babette da vez, minha querida Marli (A ti, toda honra e toda glória!), começou a pesquisar sobre o assunto e descobriu que Moqueca é comida de Xangô. Topamos pela iguaria celebrada entre os Capixabas.

 

Ruben Alves, que me inspirou nas mais recentes postagens deste blog, sobre o saber das cozinheiras, tem mais pérolas a dizer. E diz:

Uma comida para ter gosto bom, há de ser a realização culinária de um sonho. A culinária é um triunfo da vontade amorosa. Ela obriga a natureza, indiferente, a fazer amor conosco. A Cozinheira também deseja nos dá uma grande felicidade. Para isso ela existe. Essa é a sua arte. Sua bíblia é o Kama Sutra da boca, as infinitas maneiras de se fazer amor com os lábios, com a língua, com o nariz, com as vísceras.

Assim era a Babette e Tita: Sabiam os segredos do prazer pela comida. Realizavam, na prática, aquilo que os psicanalistas anunciam na teoria: é o “princípio do prazer” que estabelece o programa para nossa vida. O conhecimento é guardado ao lado daquela panela de barro sobre o fogão, que só tem sentido pela moqueca que dentro dela está fervendo. A panela é um meio. A moqueca é o fim. O saber é um meio. O sabor é o fim.

Por Gilson Reis
Inspirado em Ruben Alves - Variações sobre o prazer
E em Marli Pereira, a Babette de Pirituba – São Paulo.

Queridos leitores deste Blog, bem vindos à Moqueca! Bem vindos à confraternização do Afeto, uma jóia preciosa do Coletivo Cultural Pegando o Gancho.

No comentário abaixo, confirme sua presença.
Dia 30 de Abril de 2016
Rua General Rondon 57 Apto 11 Campos Eliseos

Dia 22 de dezembro - A partir das 13h
Avenida Angelina 577 Casa 3
Vila Guilherme – Contato: 953933139

Compartilhe bebidas (Vinho ou cerveja)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

DESIDERATA

Viva tranquilamente, por entre a pressa e os ruídos, e lembre-se de quanta paz há no silêncio. Tanto quanto possível, sem se render, esteja em bons termos com as pessoas.

Diga sua verdade calma e claramente, e ouça os outros, mesmo os mais medíocres e ignorantes – eles também têm a sua história.


Evite as pessoas espalhafatosas e agressivas, pois essas são um insulto ao espírito. Não se compare com os outros, para não se tornar vaidoso ou amargo, e saiba: sempre haverá pessoas melhores e piores que você. Desfrute tanto de suas realizações quanto de seus planos.
Cultive seu trabalho, mesmo que ele seja humilde; esse é um bem real, frente às variações da sorte. Seja cauteloso em seus negócios, pois o mundo é cheio de armadilhas. Mas não deixe que isso o torne cego para a virtude, que está sempre presente; muitas pessoas lutam por ideais nobres e, por toda a parte, a vida é sempre exemplo de heroísmo.

Seja sempre você mesmo. E, sobretudo, nunca finja afeição. Nem seja cínico em relação ao amor, pois, apesar de toda a aridez e desencanto, ele é tão perene quanto a relva.
Aceite serenamente os ensinamentos do passar dos anos, renunciando suavemente àquilo que pertence à juventude. Fortaleça seu espírito para que ele possa protegê-lo diante de uma súbita infelicidade. Não antecipe sofrimentos pois muitos temores são apenas fruto do cansaço e da solidão. Mesmo seguindo uma disciplina rigorosa, seja leniente consigo.

Você é filho do Universo, tanto quanto as árvores e as estrelas; e tem o direito de estar aqui. E mesmo que isso não seja muito claro para você, não tenha dúvida de que o Universo segue na direção certa.

Portanto, esteja em paz com DEUS, não importa a maneira como você O concebe, e sejam quais forem as suas lutas e aspirações, na terrível confusão que é a vida, fique em paz com sua alma.
Pois, apesar de toda a falsidade e sonhos desfeitos, este ainda é um lindo mundo. Seja cauteloso. Lute para ser feliz.
Autor Desconhecido

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Homenagem a Nelson Mandela


No último dia 05 o mundo calou diante da notícia da morte de Nelson Mandela, às 20h50 em Johannesburgo (16h50 em Brasília). Todos sabiam que ele estava com a saúde fragilizada há anos, mas, ainda assim acreditávamos e queríamos que Mandela celebrasse muitos natais em nosso meio. O silencio de sua voz fez ecoar o som dos tabloides do mundo inteiro. Nascido em 18 de julho de 1918 foi um dos ícones da luta pacífica contra todas as formas de discriminação, sobretudo contra o regime do apartheid da África do Sul. Madiba é alguém muito se tem falado e ainda tem muito a se dizer sobre ele. John Carlin, no jornal Folha de São Paulo, do dia 06/12/13, lembra que Mandela defendia o respeito, a igualdade e a generosidade de espírito. Colocava esses valores em prática em cada detalhe de sua vida, mesmo distante das câmeras. Era tão cortês e respeitoso com o jardineiro, o garçom e o comissário de bordo quanto com o presidente do EUA e a rainha da Inglaterra. As algumas frases de Mandela que nos ensinam a viver melhor.

“Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.”

“Eu sou o capitão da minha alma.”

“Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração."

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O SABER DAS COZINHEIRAS: PARTE II “O que ela deseja é fazer amor com quem come”!!


A Cozinheira: por onde se inicia o banquete?

Se me disserem que o banquete se inicia na cozinha, com as panelas, fogões, utensílios, ingredientes e temperos, eu direi que estão errados. O banquete se inicia com uma decisão de amor.

Babette, com pena das pessoas mirradas e mesquinhas que a inveja e o ressentimento tornara insensíveis, na aldeia em que vivia, prepara um banquete que lhes daria uma experiência inesquecível de prazer, beleza e generosidade.

Tita, proibida pela mãe de amar o seu amado, prepara os sabores que lhe permitissem fazer, na mesa, o amor que não podia fazer na cama. O nutricionista, ao preparar um jantar, se pergunta sobre o equilíbrio científico dos vários componentes alimentares que irão compor a refeição. Pondera as utilidades: Vitaminas, carboidratos, proteínas. Cozinha para alimentar quem come. Deseja matar a fome de quem come. Seu evangelho reza: “Bem-aventurados os que têm fome por que serão fartos”.

 
A cabeça da cozinheira funciona ao contrario. Não considera vitaminas, carboidratos e proteínas. Sua imaginação está cheia de sabores. Sonha com os feitos que os sabores irão produzir no corpo de quem come. Não quer matar a fome. O que ela deseja é fazer amor com quem come, através dos sabores. Quando a fome está satisfeita, o festival de amor chegou ao fim. “Não quero faca nem queijo. Quero é a fome””, diz Adélia Prado. Gostaria que o texto evangélico fosse outro: “Bem aventurados os que tem fome por que eles terão mais fome”. A Cozinheira deseja que o seu convidado morra de prazer.!

 

Babette e Tita se movimentam de maneira simples e eficaz. Sabem qual é o objeto de seu desejo. E sabem o que devem ser feito para produzi-lo. Essas duas coisas, (1) o conhecimento do desejo e (2) o conhecimento do que fazer para produzi-lo são o resumo da sabedoria.

De Rubem Alves
Variações sobre o Prazer

Por Gilson Reis

05.12.13

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

CRACK É POSSÍVEL VENCER? Relato de um morador.



blogs.estadao.com.br
Somos moradores do centro de SP, mais especificamente na Rua Guaianases. Desde quando viemos morar na região enfrentamos dificuldades com a violência devido o tráfico de CRACK e também com o número de usuários da substância, que igualmente produzem a violência na região. Só para lembrar, no início quando chegamos (+/- 2006), havia uma unidade móvel da polícia militar no local, no entanto, logo após a venda dos apartamentos e a ocupação de todo prédio a unidade foi retirada. Até esse momento não havia usuários em nossa rua, mas dias após a saída da unidade da PM eles começaram a ocupar a esquina das ruas Vitória com Guaianases chegando a mais de cem pessoas usando crack, crianças, mulheres grávidas, adolescentes, deficiente físico entre, outros..


A situação estava insustentável, todos os dias ligávamos para a Polícia Militar, mas poucas vezes éramos atendidos. Pois devido o aglomerado de pessoas, foi-nos roubado a direito de sair e entrar em nossas casas.
Há alguns meses foi negociada a permanência de uma nova unidade nessa rua em frente ao prédio, onde foi reservado um local específico para a permanência dessa unidade. A situação nesse momento melhorou, mas fomos informados que a unidade havia quebrado e necessitava de manutenção. Fizeram o orçamento do conserto e a população fez um “rateio” arrecadando dinheiro para arrumar, logo após o conserto da mesma o coronel responsável pela região retirou a unidade sem uma explicação. Já existe uma unidade no quarteirão seguinte que permanentemente fica no local (24hs), todavia eles não interferem no movimento que existe há cerca de 50m de onde os policiais estão. Devido o grande barulho que os usuários produzem durante a noite, momento onde reúne o maior número de pessoas, os moradores desesperados, começaram a atirar objetos no grupo que fica badernando na rua, pois impede que qualquer pessoa possa descansar/dormir com tranquilidade para levantar cedo no outro dia para trabalhar.


Esse grupo se revoltou e começou ameaçar os moradores que entravam e saiam do edifício, produzindo medo e pavor. Com a revolta desses usuários, eles quebraram os vidros da porta de entrada do prédio e também do prédio vizinho. Ontem um morador foi assaltado a mão armado por três indivíduos, próximo a estação São Bento do metro quando ia trabalhar. Foi obrigado retornar para casa quando viu os três indivíduos bem em frente ao prédio com sua mochila que continha seus documentos, objetos pessoais, celular e relógio. Logo que os indivíduos avistaram o morador entrando no prédio, largaram sua mochila remexida jogando tudo no chão e saíram com tranquilidade. O morador teve que recolher todo material jogado no meio dos usuários sofrendo ameaças dos outros que estavam ali ao seu redor. Uma situação indigna e humilhante para quem paga seus impostos e é eleitor desse município mas não tem o direito de no mínimo ter segurança para ir ou voltar do seu trabalho.

A síndica do prédio relatou que um policial havia se irritado com o número de ligações solicitando a presença da PM no local, ao “bater boca” com ele o mesmo pediu desculpas e forneceu seu número de telefone particular caso precisasse de alguma ajuda. Como assim?

Este é apenas um resumo da situação que diariamente enfrentamos. Pois bem, olhando para as questões surgidas desse rápido relato:
- Pensando em Direitos Humanos, porque nos negam o direito a uma vida mais digna e segura no local onde a própria prefeitura estimulou a vinda de tantas pessoas para o centro de SP?.
- Porque esse policial daria o fone particular dele para um pedido de ajuda caso necessário, uma vez que a situação emergente já esta posta e já existe o contato oficial da PM para essas situações? Que interesse há nisso?
- Porque a base militar instalada há um quarteirão não interfere na situação caótica estando tão próximo dela? (Ao contrário, faz vistas grossas).
- Porque os policiais passam pelas ruas vizinhas e não entram na rua Guaianases para tentar instalar um clima de mais segurança? Seja policiais com viatura ou montados.
- Porque temos que ficar tão abandonados frente ao poder público?
- Será que se esses usuários se instalassem em áreas onde residem os mais afortunados da cidade a PM ou poder politico que seja, deixariam que eles ficassem por lá, assim como fazem por aqui? Vamos estimular a ida deles para lá!
- Que exemplos estamos dando as nossas crianças que diariamente convivem com essa situação? O que elas estão aprendendo com isso? Que retornos educacionais terão?


O que percebemos é que nada é feito, o sentimento de insatisfação é grande e o medo é ainda maior. Tiraram-nos o direito de liberdade de transitar onde moramos, de segurança e tantas outras coisas. Qual o resultado que está apresentando o programa ministerial do “CRACK É POSSIVEL VENCER”. Será que a verba está mesmo sendo aplicada aqui na cidade? Seria mesmo possível vencer o crack com tantos traficantes livres para comercializar a substância? Nós que residimos nas “cracolândias” sabemos que não, se não combaterem o tráfico dia e noite aberto na frente do prédio. Existem muitas forças obscuras que não querem que isso aconteça, basta que alguém as tragam à luz para poder vencê-la.

De Reinildo Souza

Por Gilson Reis

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Personalidades Negras

Segue abaixo mais alguns nomes e informações de personalidades negras que marcaram a história do Brasil e do mundo. Estes nomes também foram retirados do site da Fundação Cultural Palmares, cujo link para acesso segue abaixo.  

N

Nelson Mandela

P

Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva

R


Ruth de Souza

S


Sandra de Sá
Sueli Carneiro

T


Tia Ciata

U


Ubirajara Fidalgo

V


Veridiano Farias

Z


Zezé Motta



 


 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O SABER DAS COZINHEIRAS – (Baseado em Rubem Alves)

 
Banquete é sinônimo de partilha. Tal idéia sinaliza o desejo de estar junto. Mas um estar que se alimenta do alimento de cada um. Dos temperos que gostamos, das receitas que apreciamos, doces ou salgadas, e até sem doce e sem sal. No entanto, banquete não é só de alimento, mas de vontades! Intenções! Sonhos!  Banquete de corpos e mentes em desejo! É todo o contrário de tudo isso! Ou seja, banquete não é só de sabores, mas também de dissabores. Cada um ou cada grupo faz a sua opção. Optamos pelos sabores.

Vamos ao banquete? Mas um banquete onde eu e você possamos viver um processo orgástico! A proposta é banquetear a partir do que apreciamos e isso se dá numa dinâmica de desprendimento. É importante o fazer prazeroso daquilo que sabemos, mas com uma pitada de surpresa oferecida pelo outro, pois este banquete não será realizado com a receita pronta, mas por fazer. Não chegaremos à mesa dos prazeres com a receita em seu estado final. A faremos. O que chegará ao salão de celebração e de prazer será o resultado de segredos pessoais misturados, diversidades que decidirão pela orgia de desejos, medidas, temperos... sentimentos.
 
Rubem Alves, em seu livro Variações sobre o Prazer, deliciosamente me presenteado pela minha amiga Deise, acerca do ato de sentir, cita o Filósofo Charles Sanders Peirce que afirma o seguinte: “Nossa idéia de qualquer coisa é nossa idéia dos seus efeitos sensíveis. (Assim) considere quais efeitos que possivelmente possam ter conseqüências práticas, que nós imaginamos que o objeto em questão tenha. Então, nossa concepção desses efeitos é a totalidade da nossa concepção do objeto”

Nesta perspectiva, Rubem Alves defende que as cozinheiras trabalham com efeitos sensíveis: O prazer tem de ser gostoso; o prato tem de ser cheiroso; o prato tem de ser bonito; o prato tem de ser excitante ao tato – por isso a pimenta, o cuidado para que não fique nem mole nem duro demais -. Quando uma cozinheira pensa-cozinha ela leva em consideração a totalidade dos efeitos práticos que o prato que ela está preparando irá ter sobre aquele que vai degustá-lo. E finaliza dizendo que todos os sentidos, sob a primazia da boca, se juntam para produzir o prato imaginado.

Vale aqui citar o verso de um Poema de Mario Quintana que diz:

Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu lhe saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto

 
Assim diria Babette e Tita, cozinheiras revolucionárias de dois belos filmes. A primeira do “A Festa de Babette” e a segunda do “Como água para Chocolate”. O que há em comum e impactante nas duas nobres cozinheiras é exatamente a sua percepção culinária pautada na revolução dos sentimentos, o que, conseqüentemente, gesta no ventre dos degustarores, novos desejos, vontade de mudança, auto critica, novos sentidos e significados, novos encontros, com novos toques, proximidade, olhares afetuosos e libidinosos, uma verdade que se escondia por trás do “encouraçamento” familiar, social...

Babette promove o olhar afetivo de velhos amigos que, tradicionalmente, se encontravam, sob uma ótica da razão, do pensar cristalizado. Velhos endurecidos cuja inveja os tornarão amargos e ácidos. A Codorna ao molho de pétalas de rosa que preparara incutiu no grupo um novo sabor no ato de estar junto. Tita “enlouqueceu” os convidados do banquete com sua receita afrodisíaca, levando os mais comedidos a cometerem atos de libidinagem desejados e antes reprimidos. Juntas, transformaram a experiência do disfarce e do endurecimento, em uma vivência do paraíso.
 
Eu gosto de gerar novos sabores, alimentar convidados ao banquete com a mais nobre receita que tenho! Deliciar-me na receita do outro, misturar sabores! Que tal banquetearmos qualquer dia desses? Pode ser em minha casa ou na sua. Fazermos uma experiência de estrado de graça, desatadora de amarras sexuais! Como comer manga se lambuzando! ...assim! Livre.

Viva Babette e Tita

Gilson Reis

28.11.13