quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

PAZ ... CAMPANHA DO DESARMAMENTO INFANTIL


entrelinhasepontos.com.br

Carissimos Leitores!
Mas que imagem é esta em pleno fim de ano, época de transmitir mensagem de paz, de esperança, de amor, de conquistas...

Pois bem, esta postagem, aliás, a última de 2011, tem, exatamente o objetivo de falar de PAZ. É que desejo começar 2012 motivando uma excelente campanha que mencionei sem saber a sua existencia num bate papo com Laudecir e seu irmão Claudemir, depois postei uma pequena mensagem do Facebook, onde poucas pessoas curtiram e, ao pensar nesta postagem consultei no Google o que havia de registro sobre o assunto.

Fiquei feliz ao constatar que a campanha para o desarmamento infantil já existe e com iniciativas pedagógicas louváveis. Crianças trocando armas por gibis, kit's de leituras e outros... Eu achei uma delícia! Abri o Blog e começei a escrever o que estais lendo, no propósito de que esta iniciativa seja divulgada e nós, atores sociais que sabemos a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente na história de luta pela infancia e juventude, possamos inserir no planejamento de nossas ações, projetos que antecipem a PAZ que tanto almejamos.

A imagem abaixo me parece mais digerível que a anterior, não é mesmo?

Se há sinais, vamos persegui-lo?
Se uma só criaça trocar sua arma por um livro, já podemos acreditar não é mesmo?
Eu vou entrar nesta campanha! e você?


rquadrinhos.blogspot.com

No facebook eu escrevi assim:
CAMPANHA DO DESARMAMENTO INFANTIL: QUEIME A ARMA DE BRINQUEDO DA CRIANÇA, DADA PELOS PAIS QUE AMAM, MAS NAO PENSAM!
Segue link de uma reportagem sobre o assunto.
http://noticias.r7.com/videos/criancas-trocam-armas-de-brinquedo-por-gibis-em-sao-paulo/idmedia/f271b420a5cceb24e551af45b97277c6.html

Gilson Reis
29.12.2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CARTA

Nos últimos dias os textos postados nesse blog têm apresentado um ar de seriedade muito grande. Várias postagens com espírito natalino. É ... acho que o Natal faz isso com a gente. Tudo se torna muito mágico. Gilson comentou que, por um instante, ao acessá-lo achou que estava em um blog religioso...
A carta que segue foge um pouquinho do espírito das postagens anteriores. Uma amiga, muito engraçada, que sempre aparecia com uns textos e umas piadas que fugiam o convencional apresentou-me este texto, autor desconhecido.

CARTA AO PAPAI NOEL

Prezado Papai Noel,
Você na certa vai achar estranho eu te escrever hoje, dia 26 de dezembro, mas quero falar logo da minha reação ao receber os presentes que você deixou na minha árvore ontem, dia de natal.
Como você bem deve se recordar eu tinha pedido: uma bicicleta, um trem elétrico, um nintendo e um par de patins. Pois bem, quero lhe informar que durante o ano passado inteiro eu me matei de estudar, fui dos primeiros da turma, tirei dez em todas as matérias, ouso afirmar inclusive que ninguém... ninguém se comportou melhor do que eu, nem com os pais, e nem com os irmãos e nem com os vizinhos, tem mais: cumpri minhas tarefas e obrigações sem cobrar nada, ajudei velhinhos a atravessar as ruas, não ouve nada que eu não fizesse de bom e de gentil aos meus semelhantes.
Mesmo assim com uma tremenda cara de pau, você Papai Noel de bosta, me deixou de baixo da árvore a porcaria de um peão, uma porra de uma corneta, e uma merda de um par de meias, seu barrigudo miserável de uma figa, ou seja, comporto-me como um imbecil de merda o ano inteiro e você me faz uma putaria dessas e o que é pior, ao filho da vizinha, esse viado, filho da puta, mal criado e desobediente, que GRIIIIITA com a mãe e chama o pai de corno, pra esse anor….pa pa para essa música agora, para essa música agora, é… pra esse anormal, você trouxe tudo que ele pediu, por isso eu estou desejando do fundo de minha alma que aconteça um terremoto para irmos juntos todos a PUTA QUE NOS PARIU, já que com um papai noel incompetente e retardado como você, é melhor que a terra nos engula! Olha, mas não deixe de vir no natal que vem se o terremoto não acontecer papai noel, tá?! No ano que vem.. pois eu pretendo te arrebentar a cara seu FILHO DA PUTA, e encher de pedradas todas as tuas renas, começando por esse homossexual do Rodolphe, que tem nome de bicha enrustida, tá? Vou espantar essas Renas todas, para que você se foda e tenha que andar a pé como eu velho brocha. A bicicleta que eu pedi era para eu ir à escola seu filho da puta, que fica longe pra cassete da minha casa, tu não me deu seu puto.
E eu não quero e nem devo me despedir sem mandar vc tomar no olho do ..hahahaha nem mandar você tomar no olho do seu cú, seu filho da puta. Espero que quando você estiver no seu trenó, aquela bosta vire com você dentro seu porra, para que você se arrebente no chão feito um pacote de coco gordo e vermelho, é...., e agora pode bota a porra da musiquinha de natal agora, seu filho da puta de Papai Noel... pode bota, isso... isso... bonito!!! bonito!!!! Isso é um aviso: e no ano que vem, filho da puta, você vai ficar sabendo o que é um garoto mal educado, doído para se vingar.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

FELIZ ANO NOVO

Amigos, deixo esse poema de R Alves para refletirmos um pouco o próximo ciclo. Ele transmite o valor da esperança, para que tenhamos um ano de paz, saúde, igualdade e fraternidade. Que em 2012 sejam esperançosos quanto aos valores da vida que não se eternizaram, mas que permancem latente em nossos corações como sementes embaixo da terra que germina, germina... até que aparece como algo aparentemente insignificante, mas que torna-se uma árvore frondosa e forte como um carvalho.

Reinildo de Souza.


Foto: Ipê Roxo - Salta - Norte da Argentina


Hoje não há razões para otimismo
. Hoje só é possível ter esperança.
Esperança é o oposto do otimismo.
“Otimismo é quando, sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro.
“Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração.”
Camus sabia o que era esperança. Suas palavras: “E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia um verão invencível…”
Otimismo é alegria “por causa de”: coisa humana, natural.
Esperança é alegria “a despeito de”: coisa divina.
O otimismo tem suas raízes no tempo.
A esperança tem suas raízes na eternidade.
O otimismo se alimenta de grandes coisas.
Sem elas, ele morre. A esperança se alimenta de pequenas coisas.
Nas peq uenas coisas ela floresce…

domingo, 25 de dezembro de 2011

VAI!

 

Pra cada passo um retrocesso esgueiro,
Passo a passo, passo em falso...
Pra cada ombro, uma lágrima desperdiçada.
Gota a gota, amargo fel...
Gênio mudo, medo e céu
Oco surdo, justo... És réu
Pisco o olho, escuro breu.
Fez barulho e se escondeu...
Trilha selvagem que te esqueceu
Na maré de vida obcecada, pré-destinada
Contada em pedacinhos,
Seus sonhos, seus vinhos, caminhos
Carinhos de ninar, beijos de afagar,
Doces quereres, bobagens e prazeres.
Novas viagens, velhas rebeldias,
E se ias, vai! Vai!
Acolhem-te os tempos, refúgio dos vivos,
Paragens revigorantes de céu aberto
Grito certo na garganta, que cala, aquiesce,
Resvala em tua dor, teu labor, teu segredo,
Pra cada morte, um nascimento,
Pra cada nascimento, a certeza da finitude,
Pra cada passo um acesso,
Passo a passo, passo certo...
Pra cada lágrima um ombro,
E, em cada ombro, uma esperança...

24/12/11 – 12:11
Chiquinho Silva

Se desejasse boas festas, acabaria redundante...
Já que verdadeiras festas são, quero crer, sempre agradáveis...
Afinal, são FESTAS...


Pra todos nós, presentes de MÁRIO QUINTANA....

 


DAS UTOPIAS
 
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!

(Poema de Mario Quintana) – Espelho Mágico


SE EU FOSSE UM PADRE

Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
– muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,

não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,
Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!
Porque a Poesia purifica a alma
... a um belo poema – ainda que de Deus se aparte –
um belo poema sempre leva a Deus!

(Poema de Mario Quintana)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

TRADIÇÃO VERSUS NOVIDADE ?
OU EU QUERO FICAR GRÁVIDO EM 2012!

A principio a palavra tradição assusta os mais livres! Afinal, afirmar-se tradicional desperta, neste outro, um sentimento de disparidade entre a flexibilidade versus o permanente, de novidade versus o de sempre, de inovação x conservação.

Eu tenho tentado fazer o esforço de renovar a idéia do velho tranformando-o numa novidade... para mim. Quero dizer: A tradição é uma novidade que se repete continuamente e veste trajes novos cada vez que a encaro de tal forma. Afinal, o que há de permanente debaixo ... ou encima deste “mundão de Deus”?  por que não ao lado... acho que quero vê-lo na direção menos cristalizada, penso que mundo nao é coisa a qual se tenha que definir a posição. Deixa pra lá!

Algumas manifestações da tradição são tão... é isso mesmo! Tradicionais! que há de se imaginar que é “pra vida toda e pra toda vida”. Teria muitos exemplos a expor nesta mesa enfeitada de fim de ano, mas vou ser o bastante tradicional e mencionar o que todo “filho de Deus” fala nos dias atuais: O Natal.

Não adianta, o senso comum já estabeleceu que o “espírito do natal contagia”, acho que a ciência terá dificuldades se atrever-se a contestar. “Alguma coisa acontece no meu coração” e não é só quando “eu cruzo a ipiranga com a avenida São João”, mas quando eu vislumbro as primeiras luzes piscantes no verde de qualquer das árvores esquecidas na correria das avenidas, ou fazendo brilhar janelas tão tristes ao longo dos dias do ano... hum! Curioso... as pessoas não se atrevem a debruçar-se na janela iluminada... quase não se ver ninguem apreciando a rua de sua janela colorida. Janelas viram estrelas da noite!

Na noite de Natal, de novo e todo ano, nasce o menino Jesus. Deixem nascer! Pra quê matá-lo, afinal? Eu tenho sentido que a tradição natalina só carrega em si a gravidez do novo! Há sempre um desejo de renovação. De emangrecer! De começar um trabalho voluntário! De, no ano seguinte, centrar-se mais na família! De fazer um novo curso! De mudar o visual! De valorizar mais os amigos! De casar! De separar!... ... ... Eu aprecio a tradição que se renova! Eu me renovo em cada instante que se repete!

Acho que os tradicionais podem ser os amantes do tempo e da memória, trajan-se, anualmente, de herois, maltrapilhos, Jesus, Maria, nascidos, crussificados, ressuscitados... e depois assumem a batura do cotidiano como são, de fato, dando vida ao sentido de continuidade...

Neste Natal,  querido amigo intimo, leitor, irmão, potencial amigo...
                   querida amiga intima, leitora, irmã, potencial amiga...

Ame o que, de tão velho, se enrubece da novidade que só poderá gestar-se de si mesmo! De si mesma! Não há nada de tão antigo que não possa permanecer brilhando, e que não seja parido de teu ventre!

Ah! Eu estou gostando tanto de escrever isso aqui que acho que quero ficar grávido em 2012! E ir... parindo  de... li... ci...o ... sa... men... te "filhos" iluminados!

Feliz Natal! (Quer desejo mais tradicional que é esse?) e o que vou desejar em seguida tambem.. próspero ano novo!

Gilson Reis
Natal de 2011

Foto: Eu e minha afilhada Rayssa

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Hoje indo para casa de minha irmã de ônibus pude novamente contemplar o céu, gosto de olhar o horizonte enquanto viajo, enquanto faço minha peregrinação de ida ou volta do trabalho. Normalmente na volta porque na ida o pensamento está voltado para o momento da chegada no trabalho o que quase sempre é em cima do horário e também a ida normalmente tem sido de metrô, a volta é mais comum porque venho de ônibus.
Hoje o que me despertou a atenção foram as nuvens... interessante, imediatamente me veio a lembrança de Inocência apresentada outro dia neste blog pelo Gilson. Pois é, a Inocência tem uma poesia linda quando ela fala das nuvens.
Eu vi nuvens maravilhosas no entardecer, mas a que me despertou a atenção foram duas:
Uma no formato de 3 ursos enormes, brancos, tão brancos que parecia algodão, de costas para outra nuvem também enorme do cor cinza que parecia uma montanha. Aos poucos ela foram se desfazendo ou se transformando, porque nuvem é assim não tem muita constância, logo mudam, ora uma coisa, ora outra coisa, parece personagem está sempre representando papéis.
É como se transportar da terra para o céu para assistir uma peça de teatro, mudo, sempre mudo, deixando a interpretação a nosso gosto.
Obrigada Inocência por despertar essa maravilha de contemplar as nuvens nos diversos formatos, nos levando aos mais profundos sentimentos, simplicidade de pensamento.
Lembrei também de uma música que gosto demais.

NUVEM PASSGEIRA
Hermes Aquino

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

NÃO ADIANTA ESCREVER MEU NOME NUMA PEDRA
POIS ESTA PEDRA EM PÓ VAI SE TRANSFORMAR
VOCÊ NÃO VÊ QUE A VIDA CORRE CONTRA O TEMPO
SOU UM CASTELO DE AREIA NA BEIRA DO MAR

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

A LUA CHEIA CONVIDA PARA UM LONGO BEIJO
MAS O RELÓGIO TE COBRA O DIA DE AMANHÃ
ESTOU SOZINHO, PERDIDO E LOUCO, NO MEU LEITO
E A NAMORADA ANALISADA POR SOBRE O DIVÃ

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

POR ISSO AGORA O QUE EU QUERO É DANÇAR NA CHUVA
NÃO QUERO NEM SABER DE ME FAZER OU ME MATAR
EU VOU DEIXAR EM TI A VIDA E A MINHA ENERGIA
SOU UM CASTELO DE AREIA NA BEIRA DO MAR.

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

http://www.vagalume.com.br/hermes-aquino/nuvem-passageira.html#ixzz1h8IqFQD0

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

PROJETO DE DEUS

Pegando o gancho do texto “ADVENTO: Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo”, em que nosso amigo Reinildo faz uma excelente reflexão sobre a passagem do evangelho de Lc 1, 23–38, anúncio de que Maria fora escolhida para ser a mãe de Jesus, aflorou em mim o sentimento de que a devoção à Maria, tão enfatizada pela Igreja Católica, tem sua razão de ser. Embora essa prática seja condenada pelas igrejas não católicas, protestantes, evangélicos, etc. Lembro agora do depoimento de minha amiga Luiza em que a mesma ouviu da boca de uma pastora, em uma palestra, a confissão de que a devoção à Maria era uma das coisas mais bonitas realizada pelos católicos. E que sentia certa inveja disso. A pastora em questão certamente compreendia o que Reinildo mostra em sua reflexão, ou seja, que Maria disse SIM à proposta de “amor, justiça, partilha, fidelidade e compromisso com o seu próximo”, desafio que o mesmo deixa no ar para todos os leitores com a interrogação: “seria possível nos dias de hoje alguém se entregar ao projeto de Deus assim como Maria o fez?”
O mundo anda muito confuso, complexo, individualista. Enfim, a lista de adjetivos, tanto negativos quanto positivos, poderia ser enorme, o que é desnecessário. Tentando ser objetivo em relação à pergunta proposta por Reinildo, digo: creio que há pessoas que se entregam ao projeto de Deus. Não como Maria o fez, pois igual a Ela não pode ser. Cada um o faz do seu modo, a exemplo da Irmã Dorothi. Vejam no Youtube estes vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=RFVXtvNZpA4
http://www.youtube.com/watch?v=Xj8aoHtEnpw

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

ADVENTO: Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo

Amigos, celebramos agora o último domingo do advento, esta liturgia nos prepara para o Natal do Menino Deus, desta forma como foi combinado encerramos essa sequência exegética. Assim, vamos observar o que nos prepara esse evangelho. Estamos falando da perícope de Lucas 1, 23 – 38. Seria interessante a leitura desta perícope para compreender o contexto da reflexão. A cena desse evangelho situa-nos numa aldeia da Galileia, chamada Nazaré, lá onde tudo aconteceu. A Galileia, região a norte da Palestina, à volta do Lago de Tiberíades, era considerada pelos judeus uma terra longínqua e estranha, porque mantinha contato permanente com as populações pagãs. Daí a convicção dos mestres judeus de Jerusalém de que “da Galileia não pode vir nada de bom”. É nesse cenário aonde o Salvador vem a nascer. Quanto a Nazaré, era esquecida pelos judeus por ser uma aldeia pobre e ignorada, ela nunca era citada na história religiosa judaica e, portanto, considerada as margens dos caminhos de Deus. Lucas inicia seu relato mostrando o diálogo entre Maria e o anjo Gabriel. Este lhe faz uma saudação “Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo”. “Ave” em grego significa “Kairê”, muito mais que uma saudação, mas sim a ressonância do anúncio da salvação à filha de Sião, Maria que representa a fraqueza do povo de Israel cuja fragilidade e delicadeza personificada que presenciará a Salvação do povo de Israel diante de todos os outros povos. Qual o proposito de Deus para Maria em seu projeto? A Maria, Deus propõe que ela seja mãe de seu filho que se chamará Jesus que significa “Deus salva”. O anjo lhe apresenta esse filho como o “Filho do Altíssimo” que herdará o trono de seu pai David e o seu reinado “não terá fim”. Essas palavras remontam as promessas de Deus no AT no livro de Samuel através das palavras do profeta Natã. Portanto, o propósito de Deus era que Maria tivesse a incumbência de mostrar ao mundo aquele enviado por Ele para ser o Salvador, o Messias com a proposta de salvação para todo povo de Israel.








Que resposta Maria da a Deus? Ao responder a Deus, Maria também dá uma resposta ao seu projeto. Maria logo faz uma objeção, uma reação natural ao tamanho do proposito que lhe é oferecido. Maria fica assustada com o compromisso que assumiria, esse chamado é o grande teor da vocação de Maria e dos Homens de todo o mundo. Diante da objeção que Maria faz, o anjo garante que o Espirito Santo virá para garantir esse proposito de Deus e que ela portaria no ventre o Messias enviado por Ele.
O final do relato Maria responde “eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”. Ao afirmar-se como serva Maria coloca-se humilde e reconhece que é uma eleita de Deus. No AT ser servo significava um titulo de glória, reservado aquele que Deus escolheu e que reservou para o seu serviço. Desta forma, Maria reconhece que Deus a escolheu, aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta a sua disposição de cumprir, com fidelidade, o projeto de Deus.





Agora para refletir, seria possível nos dias de hoje alguém se entregar ao projeto de Deus assim como Maria o fez?





Queridos, desejo que esse natal seja verdadeiramente cristão. Que todos possam vislumbrar a luz, que todos possam abrir-se aos caminhos do Senhor e que todos possam dizer sim a suas propostas de amor, justiça, partilha, fidelidade e compromisso com o seu próximo. Um grande e Feliz Natal do Menino Deus.





Reinildo de Souza

domingo, 18 de dezembro de 2011

CICLO II

Retorno oportuno...
Fecha-se ou abre-se o ciclo semanal...




Quantos...
Tantos...
Quantos?

Dezembros juntados, nascidos ou mortos,
Novembros vencidos, vividos, apostos,
Outubros fadados, medrados e dúbios,
Setembros lembrados, pálidos ou esquecidos,
Agostos gostosos, desgostos, sem gosto,
Julhos juntados ao meio ou aos pedaços
Junhos sonhados, pulsados e seus longínquos instantes,
Maios maiores que tudo ou menores que um ínfimo,
Abris escancarados ou ensimesmados em vãs tolices,
Marços marcados por flores, sabores, pudores, ardores, temores,
Fevereiros fantasiados em fuga, em delícia e em folias... Fúteis nostalgias,
Janeiros que findam... Que principiam... Ou que adormecem...

Tantos...
Quantos...
Quantos?


09/12/2011 – 22:34
Chiquinho Silva
Republicado

Obs.: Esta poesia, pensada sem fim ou início, buscando um ciclo contínuo, pode ser lida e interpretada de seu inicío ao fim ou, se preferir, de seu fim ao início.

Nota: Imagem - O calendário dos Maias prevê o fim do mundo em 2012. A civilização que habitou o sul do México entre 2000 a.C. e o século 17 dominava astronomia e criou um calendário de 365 dias. Está tudo gravado em uma pedra circular que marca os dias até 21 de dezembro de 2012. Aí não tem saída: o mundo acaba junto com o calendário desse povo que foi dizimado pelos espanhóis.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

De repente 60 e escreve

Amigos e amigas, enganchados e enganchadas, pego o gancho de Gilson e Rafael para tocar no assunto idade real versus idade ideal e transcrever parte de texto escrito por uma mulher que chega aos sessenta anos e faço minha a perplexidade dela, pois esta é a minha vida:

DE REPENTE 60 (ou 2x30)

Ao completar sessenta anos, lembrei do filme “De repente 30”, em que a adolescente, em seu aniversário, ansiosa por chegar logo à idade adulta, formula um desejo e se vê repentinamente com trinta anos, sem saber o que aconteceu nesse intervalo.

Meu sentimento é semelhante ao dela: perplexidade.

Pergunto a mim mesma: onde foram parar todos esses anos?

Ainda sou aquela mãe aflita com a primeira febre do filho que hoje tem mais de trinta anos.

Acho que é por isso que engordei, para caber tanta gente, é preciso espaço!

Passei batido pela tal crise dos trinta, pois estava ocupada demais lutando pela sobrevivência.

Os cinquenta me encontraram construindo uma nova vida, numa nova cidade, num novo posto de trabalho.

Agora, aos sessenta, me pergunto onde está a velhinha que eu esperava ser nesta idade e onde se escondeu a jovem que me olhava do espelho todas as manhãs.

Tive o privilégio de viver uma época de profundas e rápidas transformações em todas as áreas: de Elvis Presley e Sinatra a Michael Jackson, de Beatles e Rolling Stones a Madonna, de Chico e Caetano a Cazuza e Ana Carolina; dos anos de chumbo da ditadura militar às passeatas pelas diretas e empeachment do presidente a um novo país misto de decepções e esperanças; da invenção da pílula e liberação sexual ao bebê de proveta e o pesadelo da AIDS.

Testemunhei a conquista dos cinco títulos mundiais do futebol brasileiro (e alguns vexames históricos).

Nasci no ano em que a televisão chegou ao Brasil, mas minha família só conseguiu comprar um aparelho usado dez anos depois e, por meio de suas transmissões, vi a chegada do homem à lua, a queda do muro de Berlim e algumas guerras modernas.

Passei por três reformas ortográficas e tive de aprender a nova linguagem do computador e da internet.

A capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo diminuiu, lembro de coisas que aconteceram há mais de cinquenta anos e esqueço as panelas no fogo.

Aliás, a memória (ou sua falta) merece um capítulo à parte: constantemente procuro determinada palavra ou quero lembrar o nome de alguém e começa a brincadeira de esconde-esconde. Tento fórmulas mnemônicas, recito o alfabeto mentalmente e nada! De repente, quando a conversa já mudou de rumo ou o interlocutor já se foi, eis que surge o nome ou palavra, como que zombando de mim...

Mas, do que é que eu estava falando mesmo?

Ah, sim, dos meus sessenta.


Claro que existem vantagens: pagar meia-entrada (idosos, crianças e estudantes têm essa prerrogativa, talvez porque não são considerados pessoas inteiras), atendimento prioritário em filas exclusivas, sentar sem culpa nos bancos reservados do metrô e a TPM passou a significar “Tranquilidade Pós-Menopausa”.

Certamente o saldo é positivo, com muitas dúvidas e apenas uma certeza: tenho mais passado que futuro e vivo o presente intensamente, em minha nova condição de mulher muito sex...agenária!



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

FASES, IDADES, MATURIDADE ETC E TAL

Rafael Biazão é um jovem amigo da ONG onde trabalho. Admiro muito a personalidade, sensibilidade e inteligência que lhe é peculiar. É o meu convidado especial de hoje, no Blog do Pegando o Gancho. Apreciem e comentem. Abaixo segue alguns links do Rafael.


Você já quis ter uma idade que não fosse a sua? Sabe quando você tinha 8 anos e queria estar na 8º série, por que os alunos pareciam jovens independentes? Ou quando você tinha 14, mas desejava completar a maior idade, por que aí você poderia fazer o que quisesse? Então… eu nunca tive isso.

Esses dias participei de uma discussão com um grupo de amigos sobre algo que sempre achei estranho: O fato das pessoas desejarem ter uma outra idade. Quando muito novos, estes querem ser mais velhos, por acreditarem que a idade traz consigo sabedoria, respeito, independência. Quando velhos, morrem de saudades de épocas com menos responsabilidades, mais vitalidade e energia.
Tem um texto do Charles Chaplin que fala sobre isso. Acho meio clichê, de tanto que já vi as pessoas utilizando, mas não consigo deixar de achá-lo sensacional:

“A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deverí­amos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí­ viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí­ você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?”

Adorei minha infância sem desejar ser adolescente. Aproveitei minha adolescência sem fingir ser um jovem. Hoje sou jovem e tento viver como tal. Mas obviamente que imagino coisas maravilhosas a serem vividas com 30, 40, 50… 80 anos. Mas até
lá, pretendo ir curtindo cada momento.


Você já reparou que as crianças não são mais crianças? É verdade! O que você sente ao ver meninas de 10 anos usando sainhas curtas, calçados com salto, fazendo escova progressiva, com as unhas todas pintadas, lápis no olho, blush, baton, anel, pulseira, colar, perfumes caros, bolsas de luxo, celular iphone, etc, etc, etc? Eu acho horrível! Para a estudante de psicologia Viviane Santos não existe mais um padrão de comportamento em relação a idade: “Essa questão é complexa, varia inclusive de acordo com a regionalidade. Hoje os jovens são mais expostos ao mundo, começam a ir para a balada mais cedo, os papéis da família não são tão definidos e isso implica no comportamento. A indústria do consumo faz com que a criança percebe sua sexualidade precocemente e passa a ter comportamentos que não condizem com a infância”.

Algo que vai muito além da questão da idade é a maturidade. Na adolescência há uma diferença interessante entre as meninas e os meninos. Normalmente as mulheres amadurecem primeiro. Quando chegamos a juventude somos cobrados no trabalho, estudos, namoros, etc. Diversos momentos exigem certa maturidade, mas nem sempre os jovens estão “prontos”. Você vê pessoas de 18 anos sendo tratadas como se tivessem 14, e muitas vezes agindo como tal, ou sendo cobrada como se tivessem 30.

Mas até onde é saudável agirmos de forma não condizente com nossa idade? Ou será que não existe isso de idade? Cada um é cada um e a idade é um mero detalhe?

Por mais difícil que seja um momento da vida, existem outras milhares de coisas positivas lhe cercando. A vida é como um dia, tem começo, meio e fim. E você precisa aproveitar da melhor forma sua manhã, sua tarde e sua noite.

Dê você também sua opinião sobre idades desejadas, comportamento, maturidade, etc e tal.
Escrito ao som de Epitáfio – Titãs

Rafael Biazão

Valeu Y!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O AMIGO É COMO UMA CASA DE DIAMANTE

O espírito natalino nos envolve com tanta intensidade que parece que todas as coisas são belas, todas as pessoas estão e são mais lindas. É um tempo em que buscamos estar mais com aqueles que gostamos. Agendamos confraternizações das mais variadas; com os amigos, com os colegas de trabalho, com aqueles amigos que não víamos a tanto tempo, enfim estamos sempre procurando estar, estar com os outros.
Sexta feira última estive com os amigos de uma unidade que trabalhei em 2008, 2009 e 2010, uma equipe de trabalho que deixou saudades e todo o tempo ficamos dando um jeito de nos ver, nos encontrar, trocarmos novidades. É muito prazeroso.
Podia classificar este tempo de natal como o tempo da prática da amizade, em que nos precisamos mais uns dos outros para declarar o quanto nos sentimos amigos.

"O amigo é como uma casa de diamante: por dentro brilha uma luz resplandescente de grande beleza. Mas não se penetra aí sem quebrar a parede exterior: tarefa difícil também para quem a quebra, porque nisto ele também fere-se a si mesmo. Mas uma vez destruída a primeira parede, a luz interior de um vermelho vivo brilha com nova intensidade.
Ele destruirá, pois, progressivamente, várias paredes, ferindo-se de modo sempre mais profundo. Entretanto, não age como alguém que por imprudência quebra um belo vaso e depois se afasta sem maiores preocupações.
Suas feridas tornam-se cada vez mais profundas, até o momento em que se encontra diante da última parede: já percebe, através dela, a própria luz, parecendo-lhe que, se a quebrar, a própria luz se apagará.
Entretanto, precisa também destruir essa última parede: só a esse preço é que achará a intimidade mais profunda do amigo, a Trindade divina.
Meu amigo é como a amável aurora do eterno amor de Deus.
Nisso consistirá toda a felicidade do céu." (BROECKHOVEN, 1959, Diário da Amizade)

Este livro fazia parte de minha coleção de meditações, quando estava noviça, acho que foi ai que comecei a dar valor às verdadeiras amizades. Uma das razões do meu existir.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

MANJEDOURA

Avenida Paulista, Ibirapuera e muitos outros locais da cidade de São Paulo estão repletos de luzes e presentes. Tudo faz lembrar que é Natal. Papai Noel está em toda parte!
É pensando um pouco nisso tudo que começo a escrever esse texto, fazendo memória dos natais que vivi, especialmente na infância. Tudo era muito diferente. Papai Noel não levou presente. Tinha pouca luz.
O legal daqueles momentos era que nos reuníamos para rezar a novena de Natal, o que chamávamos de Natal em Família. Todos os momentos que antecediam a chegada do Messias eram relembrados intensivamente pelas famílias participantes. Era levada uma Manjedoura vazia, que simbolizava, exatamente, o que estava por acontecer: O Nascimento do Menino Jesus. E as pessoas iam se engravidando - de emoção, de sentido, de esperança, de vida nova... Recordo de maneira especial de três Hinos que cantávamos intensamente e nos ajudavam a viver esse momento. O primeiro dizia:
“... Natal é vida que nasce!/ Natal é Cristo que vem! Nós somos o seu presépio,/ e a nossa casa é Belém!...” o segundo: “...da cepa brotou a rama, da rama brotou a flor, da flor nasceu Maria e de Maria o Salvador...” e o último: “...Natal é tempo de rever, da gente amar e renascer, Natal é tempo de pensar em Deus que só nos quer Salvar...”
Após nove dias de oração, da manjedoura vazia passando de casa em casa, dava-se o encerramento com uma Celebração toda especial, em que O Menino Jesus era colocado na Manjedoura. Às vezes, O Menino Jesus era representado por um recém nascido da própria comunidade. A alegria estava completa. As famílias traziam um pratinho de bolo, de salgado, etc., para ser partilhado. E a comunhão acontecia.
É..., pensando bem... Papai Noel levou alguns presentes e havia muita luz !!!!!!!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ADVENTO: Dia da Alegria no Senhor



Estamos chegando cada vez mais próximos da chegada do Cristo. Ele nascerá para salvar o seu povo. Com a chegada do natal, os corações se alegrarão por isso esse domingo é chamado de Alegria do Senhor. Neste último domingo, a liturgia nos leva à mística do nascimento, para tanto o texto escolhido para nossa reflexão será o de João 1,6-8.19-28. A sugestão é que se faça essa leitura que será contextualizada em paralelo ao texto do profeta Isaias do capítulo 61 onde ele diz que “o Espirito do Senhor está sobre mim” de um texto escrito num período de pós-exílio quando o profeta exercia seu ministério em Jerusalém, após o povo ter regressado da Babilônia, num momento de dificuldade e incerteza para o povo. O evangelho segundo João, trata-se provavelmente, de um primitivo hino cristão conhecido da comunidade joânica. Aqui é anunciada a fé expressa em Cristo e João Batista é o encarregado de anunciar “oficialmente” a vinda de Cristo e para tanto, ele dá o seu testemunho sobre Jesus diante dos enviados da comunidade judaica. A parte central dessa perícope é o primeiro testemunho que João dá sobre o Cristo.














Diante de um cenário politico, religioso repleto de rituais legalistas e pela dominação romana, com impostos absurdos que assolava a população de Jerusalém é que o povo necessitava de esperança para continuar a batalha em seu processo histórico. O povo israelita se punha a aproveitar qualquer promessa de liberdade, essa situação os tornava pressa fácil das ideologias religiosas que apresentavam qualquer promessa de libertação. (não parece um pouco com os nossos dias?).
Diante de tal situação, Deus, o personagem principal, apresenta João Batista como profeta, para abrir os caminhos a seu Filho. Deus confia-lhe uma missão e através dele intervém no mundo. João não é a luz, nem foi enviado para eliminar os problemas do mundo. A pergunta que fazem a João nessa perícope: “quem és tu?”, João rejeita a hipótese de ser o profeta e tampouco o messias, que significava nessa época o “segundo Moisés”, mas João abdica de qualquer título que coloca sua pessoa em destaque, mas João é a voz que grita no deserto. João é aquele que vem para batizar na água e anuncia que virá outro que batizará no Espírito, esse “alguém” que tornará livre e instalará a justiça entre os homens. João é o responsável em dar testemunho da luz.
Assim como João, temos tomado consciência em dar testemunho da luz?

Reinildo de Souza.

domingo, 11 de dezembro de 2011

CICLO



Quantos...

Tantos...

Quantos?


Dezembros juntados, nascidos ou mortos,

Novembros vencidos, vividos, apostos,

Outubros fadados, medrados e dúbios,

Setembros lembrados, pálidos ou esquecidos,

Agostos gostosos, desgostos, sem gosto,

Julhos juntados ao meio ou aos pedaços

Junhos sonhados, pulsados e seus longínquos instantes,

Maios maiores que tudo ou menores que um ínfimo,

Abris escancarados ou ensimesmados em vãs tolices,

Marços marcados por flores, sabores, pudores, ardores, temores,

Fevereiros fantasiados em fuga, em delícia e em folias... Fúteis nostalgias,

Janeiros que findam... Que principiam... Ou que adormecem...


Tantos...

Quantos...

Quantos?


09/12/2011 – 22:34
Chiquinho Silva

Obs.: Esta poesia, pensada sem fim ou início, buscando um ciclo contínuo, pode ser lida e interpretada de seu inicío ao fim ou, se preferir, de seu fim ao início.

Nota: Imagem - O calendário dos Maias prevê o fim do mundo em 2012. A civilização que habitou o sul do México entre 2000 a.C. e o século 17 dominava astronomia e criou um calendário de 365 dias. Está tudo gravado em uma pedra circular que marca os dias até 21 de dezembro de 2012. Aí não tem saída: o mundo acaba junto com o calendário desse povo que foi dizimado pelos espanhóis.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Sinais de Natal

O azevinho, o visco e a hera
mantém-se verdes em pleno inverno.
Tal qual a esperança nos corações
que desconhecem a morte nas estações,
e tornam a vida um bem eterno.

Com sapatos na janela,
ansiosas por presentes
que recebem no Natal,
as alegres criancinhas
saúdam São Nicolau.

O pinheiro simboliza a longevidade
e também a imortalidade,
evolução e elevação
intermediário entre o céu e a terra
entre os deuses e os homens.
À deusa Minerva, galhos da oliveira,
a Júpiter, o carvalho,
ao deus Baco, a videira.
Evoé!

Para a consciência das qualidades
que prendem o homem ao eterno,
ao ciclo de nascimento e mortes,
a guirlanda mágica
enfeita a porta básica.

Símbolo da sabedoria
associada ao Sol,
revestimos da cor dourada,
os enfeites da nossa morada.

Poder de regeneração
tem a cor verde.
Capta energia solar,
transforma em energia vital.
A cor da renovação.

Fogo e amor divino,
vermelho contém paixão.
Cor do sangue do menino.

Luz permanente,
anjos guardiões
são as estrelas,
a brilhar nos corações.

Vamos acender as velas,
com a chama que traz luz,
pois finalmente Dezembro,
nos traz menino Jesus.
Ele acaba de nascer,
aqui no exato momento,
em que a natureza adormece para renascer
em cada preparação para este nascimento.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

INTERGERACIONAL.

Hoje estou inspirado para falar de encontros. Quem me conhece – BEM – sabe do prazer e  do apreço que tenho pelo encontro. Encontrar-se, seja com o outro ou consigo mesmo, é uma das formas mais sublimes de estar em sintonia com o dinamismo da vida. Essa mesma que numa determinada fase se entrega à segurança dos braços afetuosos, noutra brinca as “5 pedrinhas”, depois se enamora perdidamente e em algum lugar de sua paisagem, se olha com serenidade e um ar de infinito buscando as paisagens que deixou pra tras e que o constitui.   

Pois é... ouvimos muito dizer que ao envelhecer, o velhinho se torna novamente criança. Nao é outra coisa senão um novo encontro. É quando uma vida quase inteira se encontra com um pedacinho dela. Que o diga minha amiga Cida, mãe do Laudecir, ao preparar-se para, pacientemente e, mais que todo, amorosamente colocar as fraudas em seu velho esposo. Aliás, que imagem linda heim Laudecir! Mas acho que você está rindo de mim agora. Kkkk
Mas há outro encontro na direção de uma presença afetiva e respeitosa, que acontece quando o velho toca o novo e deste se retroalimenta. Mas tambem  quando o novo toca o velho e este toque é como luminosidade! Como se a vida abrisse uma porta larga, vista pelo novo na sua estreiteza, mas larga! E o futuro desfilasse pelo olhar da criança.

Recentemente algumas crianças da ONG onde trabalho visitaram um Casa de Acolhimento para Idosos. Não sei ao certo o que cada um, a partir de seu lugar – de criança e de idoso – sente... só sinto que deste encontro não se pode sair vazio, pois há uma vida parida mas, permanentemente, engravidada de sonhos e realizações, e tambem de perdas, que abraça uma outra vida ainda verdinha, gestada para a aprendizagem da vida observada por entre as portas.

Eu já fui com alguns adolescentes em cumprimento de Liberdade Assistida encontra-se com Idosos do Jardim das Alamedas. Lembro-me, com a clareza de uma janela campestre exposta ao sol, da força apaziguadora daquele encontro, quando adolescentes em seu estado de fulcões, aqueceram a delicadeza e a tristeza saudosa daqueles idosos.

Encontrar-se... Não tem preço!
Quero esta graça pra mim enquanto viver! Por que não há graça em viver sem encontrar-se!

Cheiro de descobertas!
Gilson Reis
08.12.2011
 foto: blogdogusmao.com.br